quinta-feira, 4 de agosto de 2011

I am (try) to going to San Francisco

Vamos imaginar essa cena feliz...

Você passou sua primeira semana em NY e conheceu a cidade no dia anterior, agora é hora de ir pra casa da sua host family, malas arrumadas (e inexplicavelmente mais pesadas), banho tomado, instruções decoradas, frio na barriga, bilhetes em mão, lá vamos nós pro ônibus e 2 horas depois chegamos ao aeroporto "empolgadíssimas" para um voô de 8hras de duração.


Você passa mais um tempão da fila do check-in pesando malas, mais um tempão esperando o horário do seu voô, passa duas vezes por uma segurança que apenas posso definir como paranôica (aqui eles te fazem tirar o sapato pra passar pelo detector).

Mas feliz, contente e anciosa pra chegar logo, e então lá vamos nos...

Lá vamos nós? Haha



Sonha babe, seu voô foi CANCELADO!



Pois é galera, foi isso o que rolou comigo, e como definir?

Uma situação absolutamente desesperadora, porque se é chato quando isso acontece no Brasil, onde todo mundo fala sua língua, imagine aqui nos EUA, com todos ao seu redor falando um ingês super rápido sem se preocupar se você está entendendo ou não e sem ninguém pra te ajudar.

Agora nada é tão ruim que não possa ficar pior né, porque pro caos ficar completo a maioria do grupo que ia embarcar comigo era de alemãs, as meninas até eram legais, mas na hora do desespero ficavam falando só entre elas em alemão, daí lá ficava eu, olhando com cara de paisagem pra sul-coreana que só tinha o inglês iniciante ou pra dinarmaquesa que era muda desde a training school e pedindo aos céus para que a bateria da Mangueira de repente surgisse sambando por lá por que ia fazer um show na Califa.

Bem, a bateria da Mangueira não surgiu, mas a vontade de chorar sim, entendam, é que meu voô não foi cancelado só uma vez, mas 2 no mesmo dia, fora os atrasos, chegamos a entrar no avião 2 vezes e nada de embarque, passamos 12 horas no aeroporto, tive que consolar muita alemã, mas aguentei firme, e quando o cansaço apertou e já estava quase rodando a baiana no guichê da companhia aérea, peguei toda a calma que já não tinha e fiz o seguinte:

1. Exigi cupons de comida;

2. Pedi por um hotel e o primeiro voô do dia seguinte;

3. Transporte para o hotel e para o outro aeroporto pela manhã.

Definitivamente, é a melhor coisa a se fazer, porque ficar esperando pelo próximo voô só vai te deixar puta, cansada e com fome.
Não que a noite tenha sido fantástica, demorou um tempão para eles providenciarem isso, e quando falo um tempão é um tempão mesmo, teve uma hora que já estava tão doida que começei a fazer videos para poder falar um pouco de português.

No hotel tive que dividir a cama com duas alemãs, detalhe, este hotel não tinha restaurante para usar os cupons de comida, só dormimos poucas horas, porque chegamos no hotel às 23 hras e tivemos que sair às 3 hras pra voltar ao aeroporto.



Sim, foi um dia de merda, uma noite pior ainda, mas o sol de um novo dia estava raiando, e lá fui eu, arregar malas pesadas de novo, ter que passar por check-in de novo, segurança FDP de novo, mas agora pelo menos ia matar a fome usando os cupons que a companhia aérea me deu.

kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk.
Vocês ainda acreditam em coisa boa nesa história, tá né, senta lá Cláudia, a atendente nos deu os tickets que só funcionavam no outro aeroporto, tivemos que voltar no check-in e quase fiz um barraco pra eles trocarem, dai, mais uma vez passar pela segurança, dessa vez passando por um raio-X, acho que pra verificarem se você não está transportando drogas, e agora sim, finalmente: Comida para esperar pelo voô.


Aqui quero deixar três observações:
1. Todos os aeroportos eram em novaYork e usei a mesma Cia. Aérea nos dois voôs, a United;
2. Mesmo sendo a mesma companhia, eles fazem procedimentos totalmente diferentes, e no segundo dia vieram me pedir um monte de documento do dia da minha chegada aos EUA que eu simplesmente não tinha mais, como o comprovante da minha bagagem, pra que diabos ia guardar isso?
3. Aqui eles não fazem barraco, o que é muuuuito estranho, nem um berro com o povo, todo mundo estava visivelmente chateado mas não expressava isso, e dizia pras atendentes que a culpa não era delas.

E depois dessa luta toda, lá fui eu morta de cansada tentar pela 3ª vez em menos de 24 hras ir pra São Francisco, me colocaram em um assento no corredor e do lado do banheiro, e detalhe, não tinha espaço pra bagagem de mão, porque o kit de primeiros socorros ocupava tudo, tive que colocar minha bagagem de mão debaixo do assento, já fula da vida e sem saber se dessa vez o voô saia ou não, morrendo de sede, falo pra alemã do meu lado:


M.: This never happens before with me at Brazil, I am so upset. I don't believe mor that I go to see my host family, It's a joking.

Ela riu, e o cara gatinho da janelinha disse: I am sorry, where are you from?
M.: Brazil.
Ele: Where in Brasil?
M.: Brasília, You know Brazil?
Ele: Caraca, Eu sou brasileiro, sou de Porto Alegre! Oi!!! :D


Gente, fiquei TÃO FELIZ! Nunca pensei que ficaria tão feliz em encontrar um brasileiro e ouvir português na minha vida! A minha vontade era abraçar aquele desconhecido, cantar a canção da amizade, o hino nacional, hastear a bandeira, sei lá.
Vocês te noção da coincidência, da mão de Deus nisso? Já estava pra chorar de exaustão (literalmente), quando esse anjo aparece do meu lado, contei toda a história pra ele (em português) e fiz questão de não traduzir nada pra alemã :D

A partir daqui a vida ficou mais bonita (na medida do possível) e meu voô finalmente decolou, 6 hras depois chegamos em San Francisco, encontrei minha HM me esperando no aeroporto, o que foi muito bom, porque depois de tanto desencontro pensei que ela nem estaria lá, e que nem saberia quando eu chegaria, pois eu mesma já não tinha certeza se chegaria.


Sei que contando parece exagero, mas juro que não é, só vivendo essa situação, e olha que fui forte e ativa, resolvi tudo pra mim e para o grupo de 15 pessoas que estavam comigo, tive que consolar duas alemãs que cairam no choro nesse processo.


Então é isso, meu voô pra casa da HF definitivamente não foi tranquilo, eu espero de coração que isso nunca aconteça com vocês, mas se acontecer, tentem manter a calma e tomar esse como seu primeiro grande desafio aqui.

. Não esqueça de ligar pro 0800 da sua agência, e tenha sempre o número da sua HF em mãos (eu não tinha cartão e sei a falta que me fez);
. Exija a comida, porque a do aeroporto é muito cara, e se você ver que o voô não vai sair peça logo por um hotel e transporte, melhor chegar no dia seguinte descansada que durante a madrugada chateada e acabada.
. Evitem a United, não sei se a American é melhor, mas como se não bastasse tudo isso, tenho que acrescentar que o serviço de bordo deles é uma porcaria, num voô de 6 hras não serviram nem um pão seco, tive que pedir por água, pois só passaram com o carrinho de bebidas uma vez, e os aviões parecem bem velhos.

Pra finalizar vai ai minha foto com o Eduardo, brasileiro do voô, que não sabe, mas é com certeza um enviado do meu anjo da guarda.

4 comentários:

  1. Foi o destino encontrar o Eduardo hein HUAIHOAIUAHOIUAHAIUH que bom que no fim deu tudo certo e voc6e chegou bem! Na hora a gente passa por desespero, que arrancar os cabelos, mas depois é tão bom ter a história pra contar! Ainda mais com um final surpreendente desses, rs. Boa sorte nas primeiras semanas! ;**

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  2. Nossa May Deus já te provando...mas viu como foi forte e ele mandou um anjo para vc....
    Parabéns por isso...
    Bjks

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  3. May parab'ens, agir com tranquilidade em um momento desses nao 'e facil. E que Anjo amiga?! =D
    Bjos Bjos e Tudo de BoM!

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  4. Morri de rir com a parte do gatinho da janela. Foi de mais!!!
    Parabéns pelo seu blog.

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